Banco Central não descarta a existência de falhas em seu estudo acerca de gastos de beneficiários do Bolsa Família em apostas
Segundo órgão, não há documentos suficientes para que seja elaborado uma nota técnica sobre o assunto.
Créditos da imagem: Divulgação
O BC se posicionou às preocupações sobre o estudo realizado pelo órgão, que apontou uma movimentação de R$3 bilhões em Pix dos beneficiários do Bolsa Família, para sites de apostas. A resposta foi divulgada pela Folha de São Paulo na última sexta-feira, 18, por meio da Lei de Acesso à Informação.
O estudo repercutiu de maneira significativa, o que gerou reações dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que expressou preocupação acerca do tema. O governo aliás, se dedica totalmente à regulamentação do setor de apostas, tornando o debate ainda mais importante.
BC vê possibilidade de falhas no estudo
O BC admitiu que a "instituição não elaborou documentos de suporte para a nota técnica apresentada em 24 de setembro." Porém, apesar das controvérsias, o Banco Central negou o acesso às informações cruciais para sustentar as conclusões do relatório e alegou que os dados estão "acobertados por regras de sigilo ou de confidencialidade”.
Segundo apurações da Folha de São Paulo, o Banco Central não teria considerado parâmetros importantes, como os prêmios extornados aos apostadores. Além disso, um outro levantamento estimou que beneficiários do auxílio do governo teriam gasto, na realidade, R$210 milhões em apostas no último mês de agosto.
Logo, há uma grande diferença entre os números apresentados pelo relatório do Banco Central e com isso, a nota técnica esclareceu que as movimentações financeiras das principais empresas de apostas vindo de beneficiários do Bolsa Família é relativamente baixa. O Banco Central ainda afirmou que "a categorização das empresas considerou também intermediários de pagamento, o que levanta novas questões sobre a precisão dos dados".
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Em resposta à Folha de São Paulo, o BC afirmou que o mapeamento das empresas de apostas também levou em consideração intermediárias de pagamentos que não estão classificadas no setor econômico de apostas. Além disso, afirmou que ""não há garantia de que a identificação não esteja sujeita a falhas"
"Além disso, como se trata de intermediários, é, por vezes, difícil precisar o beneficiário final da transação. Dessa forma, a potencial divulgação da lista de empresas consideradas no estudo como bet pode trazer prejuízo comercial a empresas que potencialmente tenham sido indevidamente identificadas ou tendo sido atribuído um montante relacionado a atividade de bets diferente do real", afirmou.
Por fim, a nota técnica enviada ao Senado em setembro, o Banco Central afirmou que "aproximadamente 15% do que é apostado seja retido pelas empresas", sendo que o restante foi repassado aos vencedores. A instituição financeira, porém, não expôs os valores pagos como prêmios.
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