Série B é alvo de investigação de manipulação de resultados
Operação “Penalidade Máxima” investiga esquemas de manipulação de resultado em jogos da Série B. Cada jogador deveria receber uma média de R$150 mil reais.
Esses são só alguns detalhes que começam a ser divulgados acerca da operação do MP de Goiás chamada de Penalidade Máxima. A operação, investiga crimes de manipulação de resultados em jogos na Série B.
O jogador de 20 anos, Romário, meia do Vila Nova foi o primeiro investigado, e inclusive, teve seu contrato rescindido. Mas, não para por aí, já que o ex-lateral do Sampaio Correia, Matheusinho e hoje no Cuiabá, deverá ser o próximo a ser ouvido.
O jogador Matheusinho se manifestou sobre o assunto e negou os fatos.
O denunciante da operação é o Vila Nova, clube goiano que descobriu a participação do seu ex-jogador em manipulações de jogos da Série B de 2022.
Mas, ainda existem alguns outros jogadores a serem ouvidos, como o zagueiro Joseph, da Tombense e também o volante Gabriel Domingos, também jogador do Vila Nova que teria emprestado sua conta para Romário receber um depósito.
Sobre os esquemas
Segundo o promotor da justiça do Ministério Público de Goiás, Fernando Martins Cesconetto, o esquema previa que houvesse alguma penalidade ainda no primeiro tempo de jogo. Assim, os jogos suspeitos são:
- Vila Nova x Sport;]
- Criciúma x Tombense;
- Sampaio Corrêa x Londrina;
- Então, todos esses jogos foram realizados na Série B 2022.
Mas, das três partidas citadas acima, somente Vila Nova x Sport não houve a marcação da penalidade. Aliás, foi exatamente esta partida que invalidou a aposta e impediu o saldo positivo.
A manipulação consistia em cometer pênaltis sempre no primeiro tempo dos jogos de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas direta ou indiretamente envolvidos. Acontece que para a aposta dar certo, era necessário que os pênaltis ocorressem nos três jogos. Em dois jogos, os pênaltis aconteceram. No caso do jogo do Vila Nova, que é a vítima e denunciante do caso, o pênalti não aconteceu. Isso gerou prejuízo para os apostadores. Estima-se que o prejuízo aos apostadores foi de R$ 2 milhões, comentou o promotor.
Cada jogador ganharia R$150 mil
O esquema previa que cada jogador envolvido ganhasse cerca de R$150 mil reais. Mas, como a operação acabou não dando certo, o jogador do Vila Nova passou a ser cobrado.
Mas, isso só ocorreu porque o jogador já havia recebido um depósito de R$10 mil reais. Assim, a cobrança passou a ser dura em cima do jogador. Então, se estima que o prejuízo dos apostadores seja de cerca de R$2 milhões de reais.
O ganho para cada jogador envolvido seria de R$ 150 mil. Seriam pagos R$ 10 mil adiantados e R$ 140 mil após o êxito. Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal (R$ 10 mil) para o jogador envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que nos outros jogos houve o pênalti, e os atores envolvidos esperavam receber cada um R$ 150 mil, afirmou Fernando Martins Cesconetto.
Então, a operação deve seguir as investigações de maneira ainda mais aprofundada. E assim, os envolvidos devem ser acusados de lavagem de dinheiro, associação criminosa e corrupção em âmbito esportivo.
Clubes e CBF também comentam sobre a investigação
Nota Vila Nova
O Vila Nova Futebol Clube informa que auxilia, na condição de denunciante, o Ministério Público do Estado de Goiás, que através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT), deflagrou a Operação Penalidade Máxima na manhã desta terça-feira (14).
O Vila Nova Futebol Clube aguarda a manifestação do MP/GO com mais informações e ressalta seu papel colaborativo e o compromisso com valores éticos, morais e de lisura que são princípios do clube e do esporte.
Cuiabá se manifesta pelo Instagram
A respeito das últimas notícias veiculadas sobre a operação Penalidade Máxima e o atleta Mateus Silva, do Cuiabá EC, o clube informa que está acompanhando as investigações com atenção e apenas tomará medidas, se necessárias, após a conclusão das apurações.
Declaração da CBF
A CBF apoia a iniciativa do Ministério Público do Estado de Goiás e está à disposição das autoridades para contribuir com as investigações. A entidade trabalha diariamente para combater a manipulação de resultados no futebol. A CBF informa que tem contrato com a Sportradar, líder mundial em prevenção, detecção e inteligência na preservação da integridade dos jogos, para monitorar e garantir proteção em relação a fraudes esportivas.
Sampaio Corrêa também emitiu nota oficial
O Sampaio Corrêa apoia as investigações, e espera que tudo seja devidamente esclarecido. O clube ressalta que não compactua com nenhum tipo de atitude que ultrapasse as quatro linhas do campo, e frisa que cada um dos supostos envolvidos responda pelos seus atos e arque com as consequências.
O presidente Sergio Frota destaca que o Sampaio, no lance em questão, foi duplamente prejudicado, pois na sequência o atacante Gabriel Poveda marcou um gol, anulado com o auxílio do VAR para a revisão da jogada. O pênalti então foi marcado para o Londrina.