Brasil registra crescimento de 160% nas apostas, e projeções apontam participação de 20% no mercado global em 2024
Nos últimos anos, o mercado das operadoras de apostas esportivas online no Brasil tem testemunhado um notável crescimento desde sua legalização no final de 2018.
Esse aumento é respaldado por uma pesquisa da Hand, uma consultoria independente especializada em gestão empresarial, que aponta para um aumento de 160% nesse setor nos últimos dois anos no país, em contraste com um crescimento no exterior que não ultrapassa os 10% ao ano.
Tendências globais nos mercados das apostas esportivas online
É importante ressaltar que na Europa, sendo o mercado mais consolidado da indústria, as apostas esportivas online representam de 40% a 45% do mercado global. A Ásia segue de perto, com uma fatia de 30%, enquanto a América do Norte detém uma participação de 15% a 20% no mercado. Em contrapartida, a América do Sul contribui com apenas 10% do setor de apostas.
No entanto, segundo José Venâncio, sócio da área de M&A da Hand, o Brasil tem o potencial de sozinho dobrar a parcela da América do Sul nos próximos anos. Conforme o executivo, com a regulamentação prevista para 2024, o Brasil pode conquistar uma fatia de 20% no mercado global de apostas esportivas e jogos online.
“Já no ano que vem, o mercado brasileiro pode chegar a representar um quinto do faturamento mundial”, destaca José Venâncio.
José Venâncio Demarque – Sócio M&A – Hand | Foto: reprodução site oficial
Regulamentação das apostas no Brasil
Anteriormente, o governo federal aprovou a Medida Provisória nº 1.182, datada de 25 de julho de 2023, visando regularizar empresas desse tipo, estabelecendo a necessidade de uma licença de operação no valor de R$ 30 milhões, válida por um período de 5 a 10 anos.
Essa medida, proposta pelo Ministério da Fazenda, continua sob análise. No mês de agosto, deputados e senadores apresentaram pelo menos 244 emendas à MP, indicando que ainda haverá considerável debate e possíveis alterações nas regras. A comissão mista encarregada de examinar a medida provisória é presidida pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO).
O tema ganhou destaque em meio à proliferação de sites de apostas, bem como às investigações sobre a manipulação de jogos de futebol por meio de apostas esportivas. Consoante a MP proposta, as empresas de apostas serão tributadas a uma taxa de 18% sobre a receita gerada pelos jogos, descontando os prêmios concedidos aos jogadores e os impostos devidos sobre os ganhos.
Além disso, conforme indicado no relatório da Hand, atualmente, aproximadamente 500 empresas de apostas esportivas estão em operação no Brasil. O governo brasileiro está prevendo uma receita de R$ 1,7 bilhão proveniente da tributação das apostas no país até o ano de 2024, e esse valor pode aumentar significativamente, chegando a R$ 12 bilhões nos anos subsequentes.