No último domingo, 13, o Fantástico divulgou vídeos e áudios exclusivos expondo detalhes de um esquema criminoso que envolvia suborno a dirigentes e jogadores de futebol para manipular resultados. Com as manipulações o grupo tinha o objetivo de lucrar milhões com apostas online.

A quadrilha atuava em partidas realizadas tanto no Brasil quanto no exterior e  foi descoberta após tentativas de contato com o presidente de um clube de Goiás, que também exerce a função de delegado de polícia. O objetivo principal do grupo era alcançar times de menor expressão do futebol brasileiro.

Assim, o grupo chegou a Marco Antônio Maia, presidente do Goianésia e que também é delegado de policia. De acordo com Maia, o primeiro contato parecia uma oferta de patrocínio legítimo.

"Inicialmente, acreditei que fosse uma proposta de patrocínio, mas ao longo da conversa ficou claro que era algo ilegal", comentou Maia.

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Na proposta, a quadrilha oferecia recursos financeiros para que o Goianésia montasse uma equipe competitiva para disputar o Campeonato Goiano. Porém, o clube teria que entregar alguns resultados pontuais durante o Campeonato Goiano de 2023.

Apesar de a negociação não ter avançado, alguns meses depois, o delegado recebeu uma nova proposta do grupo criminoso. Agora, a proposta consistia em um pedido de  ajuda para estabelecer contato com o presidente de outro time goiano, que participaria da Série D do Campeonato Brasileiro, já que o Goianésia não disputaria a competição.

Em um dos áudios expostos na reportagem, Fábio Francisco de Oliveira, apontado como articulador do esquema, faz perguntar sobre o lado financeiro do clube. Após isso, ele ainda promete recompensas mensais para o dirigente que ajudasse nas articulações.

"Não conhece ninguém passando sufoco e precisando de ajuda financeira?", questiona Fabio.

Com as provas apresentadas por Marco Antônio Maia à polícia, a operação foi deflagrada esta semana, resultando na prisão de seis envolvidos. Entre os presos estão Fábio Francisco de Oliveira, Leonardo Lobo Araújo, já liberado após a audiência de custódia, e Cleuson de Souza Barros, ex-presidente do Crato Futebol Clube.

Os três responderão por crimes como manipulação de resultados, estelionato e formação de organização criminosa. As investigações ainda apontam que, Cleuson teria recebido depósitos de Fábio na véspera de pelo menos dez partidas do Crato no Campeonato Cearense de 2022. Na ocasião, o clube somou nove derrotas e um empate, o que gerou desconfiança e culminou na suspensão do Crato pela Justiça Desportiva do Ceará.

A defesa de Cleuson alega que a prisão foi desnecessária, uma vez que o ex-dirigente já havia colaborado com as investigações desde 2022. O advogado de Fábio também contestou a legalidade da prisão e afirmou que ainda não teve acesso completo aos autos do processo, já a defesa de Leonardo Lobo Araújo não se manifestou.

Confira a seguir, um trecho da entrevista do Fantástico que escancarou os bastidores da quadrilha.

 

 

 

 

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