O ex-zagueiro Paulo Miranda, que já vestiu as camisas de Grêmio e Náutico, está de volta ao futebol depois de cumprir dois anos de suspensão aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A punição ocorreu no âmbito da Operação Penalidade Máxima, que investigou um esquema de manipulação de resultados envolvendo jogadores profissionais. Ao todo, 33 atletas foram suspensos, e 28 já estão liberados para atuar novamente.

Aos 36 anos, Paulo Miranda agora defende o Brasília FC e fala em recomeço. Em entrevista ao influenciador Cartolouco, o defensor comentou a emoção de poder voltar a jogar. “É de muita alegria, às vezes dá vontade de chorar”, disse.

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O zagueiro relatou que percebeu a gravidade da situação ainda no Náutico, quando procurou dirigentes para contar o que havia acontecido. Mesmo sem poder entrar em campo, manteve a rotina de treinos e lidou com duras críticas. “Disseram para mim: ‘já encerrou a carreira’, ‘não volta mais a jogar bola’. Até pela idade, era complicado. Na época eu tinha 34, quando terminasse a punição já estaria com 36”, afirmou.

“Me chamaram de bandido, jogador de aposta. Procurei nem ficar vendo tudo que saía na internet. Fiquei dois, três meses sem olhar nada. Tristeza total. Não saía de casa. Até pensei que se pulasse da janela ia me machucar. Os amigos se afastaram”, contou.

Mensagem aos jovens atletas

Paulo Miranda fez questão de deixar um recado para as novas gerações: “Espero que os jovens de hoje em dia não façam o que eu fiz, sejam fiéis ao futebol. Eu, hoje em dia, me arrependo muito”.

Sobre o futuro, afirmou que está pronto fisicamente e não descarta nenhuma oportunidade. “Se aparecer C, eu vou. B, vou. A, vou. D vou também. O que eu quero é voltar a jogar futebol, só isso”, reforçou.

Deflagrada em fevereiro de 2023 pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), a Operação Penalidade Máxima contou com apoio do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos de Futebol (GFUT) e do GAEsCO. A investigação revelou que jogadores recebiam quantias em dinheiro para manipular lances específicos em jogos do futebol brasileiro, como cartões, pênaltis e até resultados de escanteios.

No caso de Paulo Miranda, o atleta foi acusado de receber R$ 60 mil para tomar cartões amarelos em partidas contra Goiás e Fortaleza, pelo Brasileirão de 2022. O STJD o condenou a 720 dias de suspensão e ao pagamento de R$ 70 mil em multa, pena que o manteve fora dos gramados até este ano.

Agora, com a punição cumprida, Paulo Miranda busca um novo capítulo na carreira e tenta usar sua experiência como alerta para que outros jogadores não repitam os mesmos erros.

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