Bancada evangélica na Câmara busca atrasar projeto de legalização dos jogos de azar

Projeto já foi aprovado pelo CCJ no Senado.

Bancada evangélica na Câmara busca atrasar projeto de legalização dos jogos de azar


(Créditos da imagem: Divulgação)

 

Na última quarta-feira, 19, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deu um passo importante ao aprovar a liberação dos jogos de azar no Brasil, incluindo cassinos, bingos e o jogo do bicho. Em votação acirrada, contando com 14 votos a favor e 12 contra, marcou um momento histórico para novos rumos dos tradicionais jogos de azar no país.

 

O projeto já havia passado pela Câmara dos Deputados em 2022, mas enfrentou resistência no Senado. Parlamentares conservadores e movimentos sociais conseguiram adiar a discussão várias vezes. Nas últimas semanas, a bancada evangélica e parlamentares conservadores trabalharam duro para influenciar os votos dos senadores.

 

Com a aprovação na CCJ, o texto vai agora para o plenário do Senado. Se for aprovado sem mudanças, segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

E a Bancada Evangélica do Senado busca arrastar a tramitação dos jogos de azar sob resistência de igrejas de várias denominações que se opõe ao texto que autoriza o funconamento de cassinos e bingos, além de legalizar o jogo do bicho, permitindo apostas também em corridas de cavalos.

 

Segundo o senador Eduardo Girão (Novo-CE), o projeto pode tramitar por até três colegiados até chegar ao Senado, sendo estes: as comissões de Assuntos Econômicos, Direitos Humanos e Segurança Pública. Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da frente evangélica da Casa, apresentou um requerimento para realizar uma audiência pública para discutir sobre o tema.

 

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Posições da Bancada Evangélica sobre o texto

 

Segundo a bancada, o projeto de legalização pode acarretar problemas sociais em meios aos constantes casos de ludopatia e falências financeiras. Além disso, a bancada ainda vê a legalização como um favorecimento a lavagem de dinheiro.

 

O senador Magno Malta, afirmou a Gazeta do Povo que, foi "revoltante" ver senadores defendendo a legalização dos jogos de azar no Brasil. Para ele, essa é uma medida que só traz "malefícios" para população e o crescimento econômico é uma “falácia”

 

"Em todo o meu tempo atuando politicamente em Brasília, sempre fui contra a legalização dos jogos de azar, pois acredito que nenhuma justificativa a favor disso, como criação de empregos, fomento do turismo, entre outras, se sobrepõe aos danos que esses jogos trarão, como aumento do tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, pessoas viciadas e sem suporte médico, entre outros", afirmou Magno Malta.

 

Relator do projeto, senador Irajá reafirma cuidado e responsabilidade do projeto de lei

(Créditos da imagem: Poder360)

 

O senador Irajá (PSD-TO), alegou que as atividades já existem no Brasil há anos, mas acontecem de maneira ilegal e sem a arrecadação de impostos. Relator do projeto, o senador ainda afirma que o texto traz proibições de empréstimos ou compras a prazo para as apostas e a proibição de apostas em espécia, sob risco de pena.

 

"Tivemos a preocupação e o cuidado de estabelecer que nenhum brasileiro ou brasileiro possa participar de qualquer modalidade do jogo que não seja através do Pix, do cartão de débito", afirmou o senador Irajá.

 

🔞 O jogo não é a sua realidade e o resultado de sua aposta não te define como uma pessoa bem ou mal-sucedida. Procure ajuda psicológica e conheça o que é a Ludopatia.