Empresa de marketing se posiciona contra patrocínio de casas de apostas a times brasileiros
Onde de parcerias entre equipes e casas de aposta têm preocupado empresas de marketing esportivo.
Já não é de hoje que as empresas de apostas ocupam cada vez mais os espaços de patrocínio com as principais equipes brasileiras. Para se ter uma ideia, 19 dos 20 clubes da elite brasileira, possuem acordo comercial com alguma casa de apostas, hoje, somente o Cuiabá não possui nenhuma parceria com empresas do cenário.
E o amplo crescimento dessas parcerias tem preocupado empresas de maketing esportivo, que apontam para riscos a longo prazo.
Segundo um levantamento da Sports Value, Flamengo e Corinthians aparecem entre as vinte maiores receitas de patrocínio máster no mundo. O Flamengo anunciou recentemente a Pixbet como sua patrocinadora máster que lhe renderá R$85 milhões anuais.
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Já o Corinthians, anunciou a VaideBet, na parceria que resultou no maior patrocínio máster da história do futebol brasileiro. A empresa de apostas pagará ao Timão, R$370 milhões nos próximos três anos.
“O aumento dessas verbas pagas aos times brasileiros pelas casas de apostas estão posicionando esses contratos entre os maiores do mundo, mesmo os clubes entregando muito pouco, além de visibilidade de marca. No curto prazo, esse interesse parece bom. Mas [com as bets] os times afugentaram bancos, seguradoras, operadoras de telefonia, os maiores anunciantes do esporte no Brasil. Nenhum deles está nos 40 principais times. Nos estrangeiros, é o oposto”, afirmou o sócio da Sports Value, Amir Somoggi.
Atualmente, os líderes em receitas vindas de acordos com casas de apostas, são o PSG e o Real Madrid. Ambos, recebem cerca de R$378 milhões por ano. Já o Flamengo, ao anunciar a Pixbet, superou as receitas de Napoli e Stuttgart e se igualou as receitas da Internazionale de Milão.
Para Somoggi, a presença de empresas de apostas nos espaços nobres das camisas, estimulam o vício e também, jogadores menores de idade. Além disso, a PwC e o Instituto Locomotiva, divulgaram pesquisa onde apontou que os apostadores , em sua maioria, são das classes, C,D e E, e empenham nas apostas, dinheiros que seriam para sua alimentação.
“As apostas deveriam ser tratadas como o cigarro. Pode vender, mas deveria ser proibido fazer publicidade. É um erro que vai custar caro à sociedade", concluiu.
Fonte: Folha de São Paulo