Crise no futebol turco: 17 árbitros são presos por envolvimento com apostas ilegais
Operação coordenada pelo Ministério Público revelou que centenas de juízes do futebol na Turquia possuíam contas em sites de apostas e, em alguns casos, manipulavam resultados
Thaynara Godinho em 10 de novembro de 2025

O Ministério Público turco confirmou na última sexta-feira (07) a prisão de 18 pessoas, incluindo 17 árbitros e um dirigente de clube da primeira divisão, por envolvimento em um amplo esquema de apostas ilegais e manipulação de resultados.
A operação, conduzida pelo promotor-chefe de Istambul, cumpriu 21 mandados de prisão em diversas regiões do país. Entre os detidos também estão um ex-presidente de associação esportiva e um antigo dono de clube, além de um suspeito acusado de divulgar informações falsas sobre partidas nas redes sociais.
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A investigação teve início após denúncias do presidente da Federação Turca de Futebol (TFF), Ibrahim Haciosmanoglu, que revelou dados chocantes sobre o comportamento dos profissionais de arbitragem. Segundo ele, 371 dos 571 árbitros cadastrados em competições oficiais mantinham contas ativas em sites de apostas, e 152 estavam apostando regularmente, inclusive em jogos do próprio campeonato nacional.
Em casos extremos, um árbitro chegou a realizar mais de 18 mil apostas, enquanto outros 42 juízes ultrapassaram a marca de mil palpites. As autoridades suspeitam que parte dessas apostas possa ter relação direta com resultados manipulados.
Em comunicado oficial, Haciosmanoglu afirmou que o país enfrenta uma “crise moral no futebol turco”, reforçando que a arbitragem deve ser uma atividade “baseada na honra e na integridade”.
O dirigente prometeu tolerância zero com quem for comprovadamente envolvido no esquema: “Quem manchar essa honra jamais voltará a participar do futebol turco”, declarou.
Paralelamente às prisões, o conselho disciplinar da TFF aplicou suspensões de oito a doze meses a 149 oficiais identificados com atividades de apostas. As investigações continuam, e novas medidas administrativas e criminais devem ser tomadas nos próximos dias.
As autoridades afirmam que o objetivo é restaurar a credibilidade do esporte no país e garantir que “nenhum resultado volte a ser decidido fora das quatro linhas”.
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