Comissão de Constituição e Justiça do Senado cancela sessão que votaria legalização de cassinos e jogo do bicho
CCJ do Senado adia votação que aconteceria nesta quarta-feira, 20. PL já foi aprovado na Câmara em 2022.
Senador Irajá // Créditos da imagem: Jane de Araújo/Senado
A CCJ do Senado cancelou a reunião que votaria legalização de cassinos, jogo do bicho e bingos que aconteceria nesta quarta-feira, 20. O PL 2.234/2022 já tem aprovação da Câmara desde o ano passado quando ainda usava o número 442/91.
Além da aprovação da Câmara desde 2022, o projeto já possui o voto favorável do senador Irajá (PSD-TO) em seu relatório. O texto possui várias cláusulas importantes para a regulamentação de cassinos, jogo do bicho e bingos no Brasil.
A matéria autoriza a instalação de cassinos em polos turísticos ou conplexos de lazer, sendo que cada estado e o Distrito Federal, só podem possuir um cassino instalado. Rio de Janeiro, Minas e Amazonas poderão receber dois cassinos, enquanto o estado de São Paulo, poderá receber até 3 cassinos.
Além disso, os cassinos também poderão operar em casas de jogos de embarcações marítimas e fluviais, porém deverão seguir regras específicas para isso. Para operarem, os cassinos precisarão comprovar um capital social de no mínimo R$100 milhões e receberá credenciamento de até 30 anos.
Leia também
- Presidente da Câmara e bancada evangélica se reúnem para incluir novamente o iGaming no PL das apostas
- Proposta que proíbe propagandas de jogos não regulamentados por influencers é aprovada em votação
Veja os demais pontos inclusos no PL 2.234/2022
O projeto de Lei ainda traz pontos importantes para operação do cenário em território brasileiro. São eles:
- cada estado possui a permissão para o credenciamento de uma pessoa jurídica a cada 700 mil habitantes para a exploração do jogo do bicho;
- autorizações para o jogo do bicho terão validade de 25 anos, renováveis por igual período;
- corridas de cavalos poderão ser operadas por entidades turfísticas credenciadas no Ministério da Agricultura, que também poderão ser credenciadas a operar, jogos de bingo e videobingo, ao mesmo tempo;
- dois novos tributos serão criados e deverão ser pagos pelas entidades operadoras de jogos e apostas licenciadas: a Taxa de Fiscalização de Jogos e Apostas (Tafija) e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a comercialização de jogos e apostas (Cide-Jogos).
Cide-Jogos prevê alíquota de até 17% sobre receita bruta das empresas de apostas
O projeto determina também, a criação de um cadastro de pessoas impedidas de fazer apostas e entrar em casas de jogos, além de criar a Política Nacional de Proteção aos Jogadores e Apostadores e também criar diretrizes para combater e prevenir a lavagem de dinheiro.
PL já possui aprovação de senador Irajá
O senador sublinhou em relatório que o projeto tem o objetivo de passar ao Estado uma prática feita atualmente de maneira ilegal e afastou o discurso da oposição que vê os jogos de azar como "conceito jurídico indeterminado". Além disso, o senador concluiu afirmando que "os jogos de azar já constituem uma atividade econômica relevante".
Porém, os trabalhos legislativos estão chegando ao fim neste ano, o que fará com que a matéria volte a discussão somente em fevereiro de 2024, quando assim, poderá ser votado pela CCJ no Senado.