Chegando na segunda metade de novembro, a Caixa Econômica Federal enfrentará nesta semana uma decisão crucial para o lançamento de sua plataforma de apostas. Carlos Vieira, presidente da estatal, irá se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para explicar o projeto, que prevê o início das operações ainda neste ano.

A proposta da Caixa foi desenvolvida em parceria com a Playtech, porém, enfrenta resistência no governo desde o seu anúncio oficial. A resistência aumentou após o Tribunal de Contas da União revelar que famílias beneficiárias do Bolsa Família transferiram R$3,7 bilhões para casas de apostas apenas em janeiro de 2025, que é equivalente a 27% do valor total pago pelo programa.

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Ministérios e entidades como o Idec criticam a iniciativa, alegando conflito ético

A Caixa já opera dez loterias e obteve R$ 25,9 bilhões em arrecadação em 2024, no entanto, tem espectativa de faturar cerca de R$2,5 bilhões em 2026 com sua bet. Por outro lado, instituições com o Idec e os demais ministérios, a Caixa, responsável direta pelo pagamento de benefícios sociais, ingressaria no mercado de bets, associado a endividamento e vulnerabilidade financeira.

Enquanto isso, o setor de apostas esportivas vive expansão recorde, e no primeiro semestre de 2025, as casas de apostas já faturaram R$17,4 bilhões, e sites “.bet.br” somaram 2,21 bilhões de acessos somente em agosto. Por outro lado, parte das plataformas opera por liminar, sem licença federal, além do fato de haver ainda uma grande quantidade de casas de apostas que operam de maneira ilegal.

Decisão final está nas mãos do presidente Lula

O Congresso discute aumentar a taxação das bets, com potencial de arrecadar até R$ 18 bilhões entre 2026 e 2028 e o governo criou novas regras com o objetivo de bloquear apostas de beneficiários do Bolsa Família e BPC. As casas deverão fazer a consulta via Sigap, porém, ainda não se sabe se o controle evitará o uso de CPFs de terceiros.

A preocupação central é que a Caixa, além de gestora de programas sociais, passaria a lucrar com apostas. A decisão final ficará nas mãos de Lula, que deve definir se o banco público seguirá adiante no setor.

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