O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, tornou-se réu após a Justiça do Distrito Federal aceitar denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por manipulação de resultado esportivo. A decisão, proferida pelo juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal de Brasília, refere-se a um cartão amarelo recebido pelo jogador durante a partida entre Flamengo e Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023.

De acordo com as investigações conduzidas pelo MPDFT e pela Polícia Federal, há indícios de que o atleta teria agido de forma intencional ao receber cartões durante o jogo, o que gerou suspeitas de fraude envolvendo o mercado de apostas esportivas. A atuação do jogador naquela partida levantou um alerta de órgãos especializados em monitoramento de apostas, o que deu início às apurações.

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Além de Bruno Henrique, o irmão dele, Wander Nunes Pinto Júnior, também se tornou réu no processo. Ambos têm o prazo de dez dias para apresentar suas defesas às autoridades judiciais. O juiz, no entanto, rejeitou a acusação de estelionato que também havia sido solicitada pelo MP.

Bruno Henrique responderá pelo crime descrito no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes em resultados de competições esportivas. A pena prevista varia de dois a seis anos de prisão, além de multa.

A denúncia menciona que a punição com cartões, embora possa parecer inofensiva, é relevante no contexto do Campeonato Brasileiro, onde o número de cartões amarelos e vermelhos é um dos critérios de desempate entre as equipes. “A punição por cartão é capaz de alterar o resultado do próprio campeonato”, escreveu o juiz na decisão.

A defesa do jogador argumenta que um simples cartão não seria suficiente para interferir no resultado de uma competição. No entanto, o magistrado considerou que os elementos apresentados até o momento justificam o andamento do processo judicial.

Flamengo e jogador ainda não se pronunciam

O Flamengo, até o momento, decidiu não se manifestar sobre o caso. O clube entende que, como o atleta não está impedido judicialmente de atuar, não há razões para afastá-lo ou adotar qualquer medida disciplinar imediata.

A assessoria de Bruno Henrique também informou que o jogador não comentará o processo neste momento.

Segundo a decisão judicial, a condição de atleta profissional, com participação em competições internacionais, não configura risco de fuga ou negligência em relação ao andamento do processo.

O caso ainda está em fase inicial e a denúncia aceita marca apenas o início da tramitação judicial. Não há previsão para julgamento, e a defesa do jogador deverá apresentar seus argumentos nas próximas semanas.

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