Jogo do Bicho vira arte no exterior e reacende debate sobre hipocrisia cultural no Brasil
Enquanto o Brasil ainda trata o jogo como contravenção, uma exposição na Rússia o apresenta como símbolo da criatividade popular e questiona os limites entre cultura e ilegalidade
Thaynara Godinho em 6 de outubro de 2025
O Jogo do Bicho, prática criada no Rio de Janeiro no fim do século XIX, ganhou destaque internacional ao ser apresentado como manifestação cultural brasileira em uma exposição no Centro Cultural GES-2, em Moscou.
A mostra, aberta em outubro de 2025, faz parte do evento “Se essas paredes fossem água”, dedicado à arquiteta Lina Bo Bardi, e reúne cartelas com os nomes dos animais traduzidos para russo e inglês, além de painéis que ilustram o tradicional sistema de apostas.
Os visitantes podem interagir com representações dos bichos, em uma dinâmica inspirada nas festas populares brasileiras. A curadoria é assinada por André Vainer e Marcelo Ferraz, com apoio do Instituto Bardi, Sesc Pompeia e da equipe do próprio GES-2.
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A presença do Jogo do Bicho em uma galeria internacional levantou um debate sobre o tratamento que a prática recebe no Brasil. Embora seja considerada contravenção penal desde 1941, o jogo segue presente no cotidiano nacional e carrega um forte componente cultural.
O professor e jornalista Luiz Carlos Prestes, que acompanhou a exposição, afirmou que o tema “abre um bom debate nacional” e defendeu o reconhecimento do jogo como patrimônio imaterial. Já a advogada Ana Paula Gatti observou que “é irônico vê-lo valorizado no exterior e marginalizado em seu próprio país”.
Confira:
Entre a arte e a lei
O GES-2, projetado pelo arquiteto Renzo Piano, abriga a exposição em um espaço que também homenageia a arquitetura e o espírito coletivo das obras de Lina Bo Bardi.
Além do Jogo do Bicho, o evento apresenta fotografias, vídeos e maquetes de projetos como o MASP, o Sesc Pompeia e a Casa de Vidro, reforçando o diálogo entre arte, cultura e vida cotidiana.
Para o advogado Paulo Horn, presidente da Comissão de Jogos Lotéricos da OAB/RJ, a mostra “evidencia o paradoxo brasileiro entre a valorização cultural e a criminalização de uma prática popular”.
Mesmo proibido, o Jogo do Bicho permanece enraizado na sociedade, refletindo hábitos, crenças e modos de convivência que atravessam gerações.
A exposição em Moscou amplia a discussão sobre o limite entre tradição e legalidade, e reforça que, fora do Brasil, o jogo já é reconhecido como parte legítima do patrimônio cultural nacional.
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